Temos um governo constituído por profissionais da mentira. São deputados, srs profs dótores, ministros e ministras. O que foi dito hoje já não o é amanhã. São todos muito competentes, muito conhecidos “lá fora”. Eu também o sou. E não sou ministra. Também não fiz acordos manhosos com sindicatos da treta nem assinei swaps. Deve ser isso que constrói a competência de um político. Mas talvez faça mesmo parte da Alma deste povo. Sejamos francos: o dom da aldrabice é uma mais-valia nesta sociedade hodierna. Tout court. E mais não digo.
(“Of Love, Pain, and Passioned Revolt”, trabalho da exposição colectiva de “Group Show”, Galeria Zero, Milão)
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Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), reagiu afirmando que a actual situação “é verdadeiramente catastrófica e angustiante não só para os professores mas para o sistema educativo e para o país, em geral”. “Tenho 35 anos de carreira e nunca vi nada que se parecesse – como é que se vive num país em que os governantes dizem hoje uma coisa e amanhã o seu contrário com a tranquilidade de quem acha isso legítimo? Como é que se vive num país em que já nem no Estado os professores, e todas as pessoas, em geral, podem confiar? Em que o Estado não parece ser uma pessoa de bem?”, questionou.Ao PÚBLICO, Manuel Pereira disse só não ficar mais surpreendido por “já acreditar que tudo pode acontecer”. “O tempo em que confiávamos que, com maiores ou menores diferenças de opinião em relação a cada um de nós, o ministério agia em defesa daquilo que pensava ser os interesses da Escola acabou. Hoje não há um porto seguro, é assustador”, insistiu.